Wilhelm Reich: Neoliberalismo e Tecnologia
DOI:
https://doi.org/10.14295/rlapc.v11i18.190Palavras-chave:
Pulsão, Instinto, neoliberalismo, Psicanálise, Psicologia, TecnologiaResumo
Este artigo procura por pistas a partir de uma interrogação colocada acerca de: quais seriam as organizações e dinâmicas pulsionais e/ou libidinais características do “modelo neoliberal”? Partindo dessa questão, e por não haver uma base de entendimento clara nas linhas que tratam diretamente desse tipo, isto é, em torno de um possível “comportamento neoliberal da libido” e de sua descrição numa formulação mais embasada, é o que se deseja desenvolver ao longo das próximas linhas deste texto. Recorreremos à uma estruturação com base em uma arqueologia das pulsões, desde Freud, articulando especialmente com as formas objetivas e materialistas erguidas por Marx e Engels, numa formulação que culmina em Wilhelm Reich, que integrou ambos fundamentos e perspectivas, unindo o material ao psíquico, e os descreveu, de forma seminal, em sua obra “Psicologia de Massas do Fascismo”, na qual desenvolve uma análise, que tem como chave de compreensão a noção de “caráter”, sobre como a ideologia se torna força material, propondo compreender as capturas que o ideário fascista operou na estrutura libidinal do povo alemão da época. Nossa intenção é atualizar uma descrição freudomarxista - tendo em vista ser Reich um dos pioneiros do campo - no qual se descreve os processos de mobilização libidinal que promoveu a repetição da carnificina em uma segunda grande guerra e que tem suas dinâmicas renovadas sob o neoliberalismo em nossos dias. A Psicologia Política de Reich, também entendida como “o estudo do fator subjetivo da história” de um povo em uma dada época, nos serve de método a nos guiar ante a análise de uma economia libidinal agora postas numa “Nova Razão do Mundo” (Dardot e Laval, 2016), em suas formas libidinais/instintuais e objetivas, que se apresentam a partir de uma estruturação fragmentada, ora de controle, ora de desregulação da economia da libido, especialmente no Sul Global por meio do uso de novas tecnologias. Novas formas de governamentalidade (Foucault 2012) entrópicas e que necessariamente precisam ser pontuadas para o intento de acharmos saídas para o quadro fragmentário e autofágico atual da humanidade, em meio a disputas por identidades, atenção pelo consumo, imperativos de gozo e outras modalidades de dominação e cooptação.
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