Honrar o Corpo no Amor e na Dor
Resumo
Na nossa apresentação, focamos o corpo não apenas biológico, mas nas dimensões subjetivas, significantes, simbólicas, relacionais. O corpo como expressão de si mesmo, nos aspectos cognitivo, emocional, afetivo, sexual, energético, espiritual, constituindo-se como unidade funcional. Abordamos as emoções como eventos corporais, que deixam registros na memória celular, no percurso da história individual, desde a vida intrauterina, afetando e sendo afetada pelo ambiente, representado pela família, e contexto político-social mais amplo. O contato com as sensações e a escuta dos sinais corporais possibilitam a autopercepção e a compreensão da relação existencial eu/mundo. Honrar o corpo no amor e na dor significa acolher todas as emoções, expressá-las, adequadamente, buscando o autodomínio que liberte da emocionalidade. A respiração consciente pode ser a âncora que mantenha a conexão interna, externa e a atenção plena no momento presente. Entre as diversas emoções, salientamos as que denominamos de emoções perturbadoras que exigem maior capacidade de autoexpressão e autodomínio. Focamos a vergonha, iniciando um diálogo entre os(as) palestrantes que exemplificaram com narrativas de situações vividas, onde foi predominante a emoção referida. A vergonha tem uma característica que lhe é peculiar, no que se refere a esconder, não querer compartilhar, uma vez que está ligada a uma baixa autoestima, desencadeando um medo do julgamento das pessoas. Em seguida, abordamos a dor individual e coletiva, provocadas por catástrofes da natureza, acidentes, violências humanas. Narramos nossa experiência com comunidades vítimas de enchentes, em alguns estados do Brasil, explosão no México e terremotos no Chile. Como consequência da violência, compartilhamos nossa experiência profissional numa escola do Rio de Janeiro onde 12 crianças foram assassinadas, um estrupo coletivo no Piauí e a morte de crianças num incêndio provocado, em uma escola em Minas Gerais. Em todas as situações, potencialmente traumáticas, narramos a repercussão emocional nas comunidades e também socializamos como fomos afetados diante do horror de violências absurdas, provocadoras de tanta dor , impotência e perplexidade. Finalizamos, solicitando à plateia fazer conexão com o corpo, respirando profundo e, depois, escutando uma música suave, favorecendo um ambiente calmo.
Palavras-chaves: Corpo. Emoção. Violência. Dor
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Referências
ALVES, J. P.; CORREIA, G. W. B. O Corpo nos grupos: experiências em análise bioenergética. 4ª ed. Recife: Libertas, 2014.
BERCELLI, D. Exercícios para liberação do trauma. Recife: Libertas, 2010.
LOWEN, A. Alegria: a entrega ao corpo e à vida. São Paulo:Summus,1997.
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